quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Os Padrões das Grandes Seleções na Copa das Confederações 2013: a Finalização e o Gol (Parte 2)

Os padrões e as relações entre volume e aproveitamento de sequências ofensivas que terminam em finalização e/ou gol

“O futebol é um esporte obcecado e distraído pela beleza”
(Anderson e Sally in Os Números do Jogo, 2013, p. 45)

Em sequência ao artigo anterior em que a ação técnica discutida foi o passe (Parte 1 – O Passe), dados sobre finalizações e gols são aqui apresentados de maneira a complementar a leitura dos padrões apresentados pelas equipes. O passe nos informa como a equipe “transporta” a bola para chegar ao gol, enquanto a finalização aponta o padrão de desfecho da jogada. É importante atentar para o fato de que a finalização acontece quando uma sequência ofensiva é bem sucedida e a bola não é perdida durante a mesma (a sequência ofensiva). E a finalização é essencial para que a equipe faça gols. Portanto o volume, o tipo e o aproveitamento de finalizações tem relação direta com o sucesso de uma equipe.

Assim como no artigo anterior, os números nas figuras a seguir estão divididos de acordo com a fase da competição (Primeira Fase com três jogos, Segunda Fase com dois jogos sendo semifinal e final ou disputa do terceiro e quarto lugares). E também em valores absolutos (número de finalizações totais) e média (número total dividido pelo número de jogos respectivo).

Figura 1 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Finalizações)

A seleção com maior decréscimo no número de finalizações foi a Espanha, porém ela criou um índice muito alto na primeira fase e mesmo sendo a equipe que mais finalizou em média na segunda fase, teve como produto final uma performance em decréscimo. Todas as outras seleções tiveram um aumento significativo no volume de finalizações. Pode-se constatar também que as duas equipes que apresentaram maior crescimento na comparação das duas fases ficaram fora da final. A média de finalizações na segunda fase foi muito próxima entre as equipes, com o Uruguai ficando um pouco abaixo dos outros.

Figura 2 – Comparação entre a Primeira Fase e o Resultado Final (Finalizações)

A quantidade de finalizações apresentou uma mudança relativamente alta entre a primeira fase e o resultado final. E essa mudança pode ter acontecido em decorrência dos jogos eliminatórios. Como pode-se constatar nas duas próximas figuras, esse aumento na média de finalizações de três seleções e a diminuição da média de uma delas não teve uma transferência direta no aumento do número de gols. Muito pelo contrário, todas as seleções diminuíram a média de gols nas duas partidas finais. Ao que parece, com a melhora do nível dos adversários, eram necessárias também mais finalizações para se chegar ao gol (qualidade dos goleiros, provavelmente). 
Olhando friamente para os números, não é possível relacionar diretamente a quantidade de finalizações com os gols, porque as finalizações têm características próprias e podem ser classificadas em alguns tipos (essa é outra discussão). Em geral, as finalizações que são construídas por uma equipe que pressiona alto são diferentes daquela que uma equipe que contra-ataca obtém durante uma partida.

Figura 3 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Gols)

A seleção brasileira foi aquela que conseguiu sustentar uma média mais próxima da obtida na primeira fase e não por acaso, sagrou-se campeã. A Espanha, mesmo sendo a equipe que mais finalizou em média nos dois jogou não marcou gols nessa fase, com uma queda vertiginosa de aproveitamento de finalizações. Esses resultados podem indicar que a equipe campeã de uma competição de alto nível, não apenas tem um padrão de rendimento alto em relação aos seus competidores, como consegue sustentá-lo sob circunstâncias desfavoráveis, sendo resiliente, flexibilizando em resposta aos novos problemas gerados pelos sistemas defensivos mais elaborados que enfrenta nos jogos decisivos. 

Figura 4 – Comparação entre a Primeira Fase e o Resultado Final (Gols)

Todas as seleções marcaram menos gols em média nos jogos eliminatórios. Três finalizaram mais do que na primeira fase e aquela que finalizou menos do que na primeira fase em média, ainda sim finalizou mais do que as outras (a Espanha no caso). A diferença foi o aproveitamento. O gol é produto de boas decisões-ações tomadas-realizadas individual e/ou coletivamente, simultâneas e/ou em sequência que, relativas ao problema proposto pelo jogo, são suficientes para resolvê-lo (o problema).
A empresa Opta Sports registrou 2.842 eventos na final da Liga dos Campeões entre Inter de Milão e Bayern de Munique. Dois desses eventos foram os gols marcados por Diego Milito que deram o título à Inter. Ou seja, foi um gol a cada 1.421 eventos (Anderson e Sally, 2013). Marcar um gol é produto de muitas ações e tem relação com todas as variáveis interferentes, afinal, ele é o grande alvo das equipes. Marcar gols gasta energia, energia complexa. Finalizar mais gasta energia e ao que parece, pode ou não resultar em mais gols. Esse balanço deve ser feito pela equipe. Quando, como e se finalizar quais as consequências virão.
  
Referências Bibliográficas

Anderson, C. e Sally, D. Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. Tradução: André Fontenelle. São Paulo, 2013.

FIFA. Disponível em: http://pt.fifa.com/confederationscup/statistics/index.htm. Acesso em: 05/07/2013.
Leitão, R.A.A. Ciências do esporte aplicadas ao futebol: reflexões sobre a organização do jogo. 2008. 101 f. Livro didático de apoio. Curso de especialização em futebol e futsal. Universidade Gama Filho, 2008. 


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os Padrões das Grandes Seleções na Copa das Confederações 2013: o Passe (Parte 1)


Padrões de comportamento de jogo que as equipes de altíssimo nível manifestaram um ano antes da Copa do Mundo

“As coincidências são lógicas”
(Johan Cruyff in Os Números do Jogo, 2013, p. 41)

A Copa das Confederações 2013 teve em sua fase final, os últimos três campeões mundiais e o atual campeão da América do Sul. Pelo formato dos grupos e pelos resultados, esses quatro campeões mundiais acabaram por se enfrentar exatamente uma vez entre jogos de primeira fase, semifinais, disputa de terceiro e quarto lugar e final.
Os números apresentados nesse artigo foram retirados do site oficial da FIFA e levaram em consideração apenas as quatro equipes semifinalistas, devido à equidade de jogos (todas jogaram cinco jogos na competição) e o nível de dificuldade que enfrentaram. Deve considerar que alguns jogos da primeira fase tiveram diferenças de placar fora da curva de normalidade (como o jogo da Espanha contra o Taiti, por exemplo), porém, mesmo assim alguns padrões se mantiveram e se equilibraram, como é esperado dentro de uma competição.

Os números nas figuras a seguir estão divididos de acordo com a fase da competição (Primeira Fase com três jogos, Segunda Fase com dois jogos sendo semifinal e final ou disputa do terceiro e quarto lugares). E também em valores absolutos (número de passes totais) e média (número total dividido pelo número de jogos respectivo).

Figura 1 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Volume de Passes)

Pela diferença no volume total de passes considerando-se os cinco jogos, observa-se que essa é uma variável com interferência do tipo de jogo da equipe e da proposta do adversário também.
Recuperação rápida com sequências longas de passes curtos prioritariamente como a da Espanha geram uma diferença de aproximadamente 280 passes por jogo em relação ao tipo jogo do Uruguai de sequências mais verticais e alternância nas linhas de marcação não priorizando o tempo curto na recuperação da bola.

Com exceção da Itália, as outras três seleções mantiveram um padrão muito próximo entre a primeira e segunda fases. Contra o Brasil na primeira fase, a Itália enfrentou uma seleção que buscava a recuperação rápida da bola, em compensação nos jogos de semifinal e disputa terceiro e quarto lugares a característica dos jogos foi diferente. Adotou um jogo de busca constante pela bola contra a Espanha e contra o Uruguai se deparou com uma seleção que ofereceu a bola ao adversário para ter o contra-ataque.

Figura 2 – Comparação entre a Primeira Fase e o Resultado Final (Volume de Passes)

Comparando a média da primeira fase com o resultado médio final, as diferenças obviamente são menores ainda, mostrando que mesmo com a oscilação em função do nível dos adversários as equipes tendem a manifestar seu padrão.
Nas equipes com auto referência em seu modelo de jogo mais consistente, os ajustes específicos que os treinadores realizam para os confrontos, também não são suficientes para interferir de maneira agressiva em alguns padrões (como o volume de passes, nesse caso) que aparentemente são produtos dos padrões individuais (jogadores), interação entre jogadores (padrões próprios emergem em cada relação), ambiente, circunstância momentânea da equipe, fatores culturais, etc.
Contudo, uma equipe pode ter como auto referência a flexibilização do seu modelo de jogo para potencializar seu jogar frente aos problemas pontuais que cada adversário vai propor. São duas formas diferentes de abordar o jogo, com suas implicações, vantagens e desvantagens nas possibilidades de vitória.

Figura 3 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Aproveitamento de Passes)

Como pode ser observado na figura acima, o aproveitamento de passes (passes certos em relação ao total de passes) possui um padrão mais estável ainda se compararmos com o volume total. Novamente a seleção italiana foi aquela que oscilou mais dentro de seu próprio padrão, enquanto as outras tiveram menores variações. Contudo, a Itália foi a única que melhorou seu aproveitamento de passes na segunda fase. Todas as outras tiveram decréscimo de rendimento em passes certos.

Figura 4 – Comparação entre a Primeira Fase e o Resultado Final (Aproveitamento de Passes)

Novamente, houve uma diminuição na diferença em pontos percentuais, trazendo interações sistêmicas das seleções nesse quesito para índices mais estáveis, mais próximos dos atratores que determinam sua configuração.
Com os dados apresentados nas quatro figuras, pode-se identificar que as seleções apresentam padrões em relação à ação técnica (tática, mental, física e cultural, por quê não?) do passe. O passe é a ação com bola que os jogadores (e consequentemente as equipes) mais realizam no jogo. Passar a bola não é o objetivo do jogo, é meio para atingir o objetivo, que é marcar mais gols que o adversário. Essa percepção corrobora com a constatação de Anderson e Sally (Os Números dos Jogo, p. 147) de que o volume de passes é uma decisão tática, não tendo relação direta com vitórias ou derrotas. Portanto, o volume de passes e o seu aproveitamento são úteis para o entendimento da lógica interna (lógica interna ou padrão, padrão ou lógica interna?) das equipes na busca pelo cumprimento da lógica do jogo (Leitão, 2009). Algumas buscam o gol com mais passes curtos, outras com passes mais longos, sequências de passes mais longas, mais passes em direção ao gol de ataque, maior seleção de jogadas, etc.

O objetivo dos números apresentados neste artigo é buscar o entendimento do caminho mais efetivo que cada seleção encontrou para chegar ao gol, aquele em que com a otimização da energia complexa (energia física, tática, técnica e mental) o objetivo é cumprido (chegar aos gols e consequentemente às vitórias).

Referências Bibliográficas

Anderson, C. e Sally, D. Os números do jogo: por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. Tradução: André Fontenelle. São Paulo, 2013.

FIFA. Disponível em: http://pt.fifa.com/confederationscup/statistics/index.htm. Acesso em: 05/07/2013.

Leitão, R.A.A. O jogo de futebol: investigação de sua estrutura, de seus modelos e da inteligência de jogo, do ponto de vista da complexidade. Tese de Doutorado em Educação Física. Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 2009. Campinas. 2009.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

1-4-2-3-1: da Solução Estrutural à Solução de Fato



Partindo dos problemas estruturais a serem resolvidos no jogo, esse esquema tático vem sendo muito utilizado pelos treinadores atualmente

“Tão importante quanto visualizá-la de maneira estática é o
treinador compreender toda a dinâmica relacional da plataforma”
(Zago in Arruda et al, 2013, p. 441)

O esquema tático (ou plataforma tática) 1-4-2-3-1 vem sendo muito utilizado por todo o futebol mundial, inclusive no Brasil. Assim como aconteceu com o 1-4-4-2, depois com o 1-3-5-2, o 1-4-2-3-1 passou a ser visto como a solução de todos os problemas. Entender porque um esquema tático se torna mais “popular” entre os treinadores talvez seja tão ou mais fundamental do que entender o próprio esquema. Em geral, esse esquema se apresenta das seguintes formas apresentadas abaixo.

Figura 1 – Variações estruturais básicas do 1-4-2-3-1
Figura 1 – Variações estruturais básicas do 1-4-2-3-1
Basicamente, o 1-4-2-3-1 se apresenta nas três formas apresentadas acima ao longo do jogo e, dependendo das características dos jogadores e da proposta de jogo com mais regularidade em uma delas, porém passando ocasionalmente pelas outras duas. Na estruturação original, o primeiro campo corresponde ao esquema montado com dois volantes e três meias. No campo central, os alas devem possuir características para tal função. E no campo da direita, as características dos jogadores das laterais da linha de meias (?!) normalmente são atacantes que não de referência.




Figura 2 – Hierarquia das Interações entre os meias e atacantes
Ao longo do jogo, dependendo da posição da bola e da equipe que detém a posse, o esquema tático vai se deformando para se ajustar às necessidades momentâneas (recuperação da bola, direcionamento do jogo do adversário, construção do jogo, fase de finalização, etc.). O 4-2-3-1 geralmente passa pelos arranjos apresentados (figura 1) durante o jogo pela proximidade dessas posições com a que seus jogadores ocupam em campo mais naturalmente. Porém, em muitos casos, apesar de considerar que esse esquema tático é a base para as outras variações, o que vai definir realmente o esquema tático é a forma como os jogadores interagem em campo. Na figura 2, as setas laranjas indicam uma “relação mais forte” entre os jogadores do setor, enquanto as setas pretas indicam uma “relação menos forte” entre seus membros. Portanto, independentemente de como o esquema é nomeado, o que vai defini-lo é o resultado dessas interações. Nas três situações (figura 2) os meias / alas / atacantes podem ser assim chamados de acordo com os parceiros com quem interajam mais fortemente. No primeiro campo (figura 2), a linha com três meias realiza suas dinâmicas baseado primeiramente nos comportamentos de seus companheiros dessa linha. A linha possui dinâmicas que então conectadas com as da equipe. Há uma hierarquia, que respeita e integra essas dinâmicas num todo funcional em direção à eficácia no jogo. No campo central, os alas interagem mais fortemente com a linha de volantes e menos fortemente com o meia central. Como produto, a equipe trabalha mais em uma plataforma 1-4-4-1-1 pela forma como estrutura o espaço na solução dos problemas do jogo. No campo da direita, há uma interação maior com o atacante centralizado do que com o meia do centro. Visualmente, emerge o 1-4-3(2-1)-3. A relação não acontece apenas no nível espacial, portanto, mesmo que a equipe transite entre os três desenhos, será atraída para uma configuração em especial.


Figura 3 – Duas possibilidades para a Pressão Alta (Linha 1)
Acima são apresentadas duas possibilidades de estruturação espacial para a pressão na referida plataforma tática. No primeiro modelo, a “linha de 4” defensiva fica preservada e os volantes flutuam de maneira mais agressiva para o lado da bola compensando a manutenção do lateral na linha. Como vantagem, a linha defensiva fica mais larga, porém uma zona frágil tem que ser administrada no centro (oposto à bola) conforme destacado na figura 3 (retângulo horizontal vermelho). Com a subida do lateral fechando a paralela, o centro do campo fica mais povoado (modelo à direita na figura 3), porém a linha defensiva fica mais estreita, com maior fragilidade às diagonais longas (zona vermelha – retângulo vertical). Obviamente, a abordagem do jogador que pressiona a bola muda em função do tipo de pressão (direcionando para o centro ou para a paralela).



Figura 4 – Posicionamento para Pressão a partir da Linha 2

Do ponto de vista estrutural, a pressão a partir da linha 2 (intermediária de ataque) é melhor acomodada pela plataforma do que a pressão alta (linha 1). Os espaços entre os laterais e os meias do mesmo lado (LD – MD e LE – ME), são mais facilmente diminuídos e a necessidade de ajustes é menor, conforme demonstrado na figura 3. Habitualmente, a pressão inicia quando a bola é direcionada para uma das laterais, conforme o campo da direita da figura 4. Dependendo do princípio operacional (recuperação da bola ou impedir a progressão) o atacante se comporta de maneira diferente. Para a recuperação, ele busca manter a bola na zona para poder ser pressionada (tirando linha de passe no zagueiro ou que permita a virada). Se o objetivo for impedir a progressão, ele pode entrar atrás da linha da bola novamente e permitir a circulação.


Figura 5 – Organização defensiva na Linha 4 e Balanço Ofensivo

Dentre as possibilidades de organização defensiva na linha 4 (intermediária defensiva) que o esquema tático permite, duas estão apresentadas na figura 5. No campo da esquerda, a opção é por uma proporção (Leitão, 2009) mais conservadora do ponto de vista numérico com viés defensivo, enquanto no campo da direita há uma proporção mais ousada. A proporção é um conceito das duas fases de transição (ataque-defesa e defesa-ataque) que, segundo o autor, relativiza o número de jogadores que estão efetivamente “defendendo” ou “atacando” sem que isso possa parecer uma fragmentação, apenas como sistematização do conteúdo. No campo à esquerda a proporção é de (2 x [8 + G]), ou seja, dois jogadores com preocupações já ofensivas no caso da recuperação da bola e nove (goleiro incluso) jogadores envolvidos mais diretamente com a sua recuperação. No campo da direita a proporção é de (4 x [6 + G]). Naturalmente, a ocupação do espaço pelos jogadores permite um balanço ofensivo (em destaque no campo à direita) que rapidamente pode deixar o ataque com boa amplitude (MD e ME) e profundidade (AT). Em compensação, com esse balanço, a marcação em largura (equilíbrio horizontal) fica prejudicada. O posicionamento do campo à esquerda oferece um melhor equilíbrio defensivo (em largura inclusive), porém, no movimento seguinte à recuperação o tempo para ocupar o campo de ataque é maior.


Figura 6 – Balanço Defensivo
  
Na figura 6 são mostradas duas possibilidades de balanço defensivo com a estrutura e a proporção (6 x [4 + G]) mantidas, mas com variação dos jogadores que o realizam. No campo à esquerda, um volante faz o balanço da jogada (VD) e o outro da equipe (VE). No outro modelo, o lateral faz o balanço da jogada (LD) e o volante do lado da bola (VD) o da equipe, com o outro volante (VE) mais adiantado. O balanço defensivo do campo à esquerda, coloca mais jogadores na lateral em que está a bola (aumentado as chances de triangulações) enquanto o balanço defensivo do campo à direita preenche mais a faixa central. As vantagens e desvantagens devem ser pesadas. Há muitas outras possibilidades, como o lateral oposto no balanço (5 x [5 + G]), por exemplo.
De maneira consciente ou intuitiva, o 4-2-3-1 ganhou espaço no Brasil quando algumas preocupações coletivas começaram a nortear as ações dos treinadores. Em boa parte das situações, o esquema ainda é utilizado por permitir encaixes individuais mais facilmente. Originalmente com três meias, conforme apresentado, no Brasil é mais normal observá-lo com dois atacantes abertos (seria um 1-4-3-3?) e um mais centralizado ou até com um atacante aberto de um lado e um meia no outro, quase um 1-4-4-2 “disfarçado”. O esquema ou plataforma tática não se esgota nele mesmo. Todos os conceitos discutidos podem ser resolvidos em outros esquemas, desde que a essência do problema seja entendida.




Referências Bibliográficas

Arruda, M. et al. Futebol: ciências aplicadas ao jogo e ao treinamento. São Paulo. Phorte, 2013. 560p.

Leitão, R.A.A. Ciências do esporte aplicadas ao futebol: reflexões sobre a organização do jogo. 2008. 101 f. Livro didático de apoio. Curso de especialização em futebol e futsal. Universidade Gama Filho, 2008.



Leandro Zago